A Minha Terceira em OVAR


Domingo, 7 de Outubro de 2012


Depois do Porto seguiu-se a Meia-Maratona de Ovar, 3 semanas depois.

Esta já estava pré combinada com o pessoal dos BRAGUINHAS desde a Corrida das Fogueiras em Peniche, até porque esta Meia de Ovar faz parte do roteiro de provas deste Grupo de Atletas que agora me acolheu.

Tal como na do Porto, os preliminares desta Meia Maratona também estiveram envoltos em alguma ansiedade e expectativa, mas já sem a pressão do tempo abaixo das 2H00m, uma vez que esse objectivo já tinha sido alcançado no Porto.

Não desminto no entanto que pretendia baixar o tempo de 1H58m04s conseguido três semanas antes no Porto.

Para meu regozijo, essa pretensão foi alcançada com o tempo final da prova em 1H56m48s, que passou a ser o meu record pessoal nesta distância; mas convenhamos, com muito cansaço e esforço!!!

Quanto à corrida e às incidencias que a precederam, retenho o facto de nesta prova ter podido correr de perto com os melhores atletas portugueses femininos e masculinos da distância .... então não é um orgulho ter a Jessica, a Dulce Felix e a Mariza, três finalistas olimpicas de Londres, a correr praticamente ao meu lado!!!

No que à prestação atlética diz respeito, e tal como no Porto, iniciei a corrida a um ritmo acima do que a "cabula" me propunha, ou seja, a "cabula" nos 1ºs kilómetros apontava para um ritmo de 5m40s/Km e eu rolava entre os 5m15s - 5m20s/Km, mas como me ía sentindo bem, lá me deixei andar naquele andamento.

Nos 1ºs kilómetros, o percurso era citadino, com alguma irregulariadade e sinuosidade, contudo, o calor humano transmitido pela populaça que se distribuia em força nessa parte do percurso, ajudou a contornar esses acidentes.

Assim, sem grandes precalços, saimos da zona urbana da cidade e entramos naquelas circulares externas de Ovar que se revelaram um pouco enfadonhas já que se tratavam de extensas rectas, felizmente +/- planas e com um pavimento betuminoso em mt bom estado. No entanto, o colorido e a animação do pelotão ajudava a ultrapassar  a "monotonia" dessa parte do percurso, até entrarmos na zona urbana da Praia do Furadouro, lá pelo kilometro 13.

Até aí, a prova ía-me correndo bastante bem, com um ritmo de corrida na ordem dos 5m20s, substâncialmente acima do que a "cabula" me dizia.

Mesmo assim, o cansaço ainda não se tinha apoderado mt de mim, aliás, até ia cogitando com os meus botões, que estava a chegar ao Km 15, praticamente com o mesmo tempo que tinha feito há 3 messe atrás nos 15 Km da Corrida da Fogureiras em Peniche, ou seja, na ordem da 1H21m, o que daria um tempo final para esta Meia Maratona, na ordem da 1H54m30s, caso conseguisse manter este ritmo.

Tudo isto se estava a passar na zona da Praia do Furadouro, pelo Km 15, com um sol e uma brisa maritima radiosos, para além de uma moldura humana assinalavel.

Ora, estes ingredientes emplogaram ainda mais o meu entusiamo pela corrida, ao ponto de nesta parte do percurso ter acelerado um pouco mais.....só que este entusiasmo foi a minha "desgraça" para os 6 Km que ainda faltavam.

Subitamente senti-me bastante cansado, o que me obrigou a diminuir substancialmente o ritmo da corrida, para que pelo menos conseguisse chegar ao fim da prova, se possivel, ainda abaixo das 2H00m.

Com esta nova situação da corrida, lá consegui estabilizar num ritmo mais lento, mas, mesmo assim, cada metro que faltava para o final da prova, parecia um interminavel kilometro de agonia, então aquela recta à saida da Praia do Furadouro, parecia que nunca mais acabava ..... mas concerteza que não seria só a mim que tal sensação estaria a ocorrer nesta fase da corrida.

Ultrapassada a tal recta que nos despedia da Praia do Furadouro, nova longa recta nos esperava depois de contornarmos a rotunda, agora com sentido de ida e volta  até ao bidão de viragem que se situava lá pelo Km 18,5.

Começava a ser um desespero não se conseguir vislumbrar o final destas rectas; mas se o objectivo final era concluir a prova, tinhamos que as superar, superando-nos também a nós próprios.

Bom... lá chegamos ao bidão, ficando a faltar aproximadamente 2,5 Km para a conclusão da prova.

Já no percurso de volta, após a viragem no bidão, reparei então que no sentido inverso ainda vinha muita boa gente atrás de mim, provavelmente com o mesmo estado de desgaste ou eventualmente mais do que o meu, em cujos semblantes era já visivel um misto de cansaço com a alegria natural de participar num "celebração" destas.

Claro está, que esta situação de corrida deu-me o alento final para abordar os dois ultimos kilometros da prova com um pouco mais de coragem.

Chegados novamente à rotunda, viramos no sentido daquela que seria a recta final da corrida, que nos levaria à meta de chegada, só que o inicio dessa nova longa recta, para nos por à prova uma vez mais, recebia-nos com uma acentuada rampa, nos 1ºs 200/300m da mesma.

As pernas, literalmente, queriam-se recusar a correr e, esses tais 200/300m foram particularmente dolorosos, até porque já não havia muita companhia onde eu me pudesse atrelar, penso até que não consegui ultrapassar ninguem nesta parte final da corrida, pelo contrário, dois ou três grupos de também dois ou três atletas, passaram por mim a um ritmo que eu já não os conseguia acompanhar.

Ultrapassada esta última subida, entramos na parte plana da recta final, mas esta era de tal forma tão extensa que a aproximação à meta na zona dos Bombeiros nunca mais se vislumbrava. 

Enfim ... as pernas lá se recompuseram um pouco do esforço da última rampa, permitido-me asim rolar o último kilometro nas calmas, até conclusão da prova.

De registar nesta fase final da prova, a bondade da organização em nos acolher com uma boa rega de água fresca, +/- a meio desta última dolorosa recta, que nos regenerou qb para a abordagem dos 500m finais.

Eis que faço a aproximação aos Bombeiros, onde por lá já se encontrava o pessoal que foi comigo e que já tinha concluido a prova, nomeadamente o meu irmão, a Marlene e o pessoal do Airão que me deu o incentivo final para concluir os últimos 300m da prova.

Dos Bombeiros até à meta de chegada tratamos apenas de manter o ritmo em que vinha a rolar, se bem que, mesmo assim, com bastante dificuldade, já que estes últimos 300m eram rolados em calçada e as pernas já vinham demasiadamente desgastadas.
 
Bom .... o que interessa é que, embora todo rotinho, lá consegui alcançar a chegada .... e para meia surpresa minha com um novo record pessoal na distância de: 1H56m48s.

Obigrado a todos, por mais este momento de celebração!!!

O pessoal dos Braguinhas e do Airão Curvia que participou comigo nesta Meia de Ovar:




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