TERCEIRA ETAPA A PER CORRER O PERIMETRO DO CONCELHO DE BRAGA

3ª Etapa - 14-02-2013


Depois de semanas consecutivas com a chuva por companhia, tivemos finalmente uma dádiva do S. Pedro para alegrar um pouco mais os semblantes entristecidos destas nossas almas tugas entroikadas.

O dia acordou com um sol intenso, como que a convidar para se tirar as sapatilhas da prateleira e desfrutar de um percurso com a mãe natureza como ama acolhedora.

No caso desta etapa, a natureza marcou de facto este percurso, mas haveria de conviver também com o cheiro nauseabundo proveniente do aterro sanitário da Braval, que em determinada parte do percurso se fez sentir intensamente.

De facto, para esta 3ª Etapa estava reservado um percurso na região Este de Braga, onde os limites do concelho de Braga com Póvoa de Lanhoso, se confrontam na Serra do Carvalho, na zona ocupada da Braval até Pedralva.

Assim;

Iniciamos esta etapa no cruzamento junto à Escola de S. Mamede de Este, e tivemos que nos confrontar logo com a rampa do "Rola", com aproximadamente 1000 m de extensão, que nos levaria ao inicio do trilho da Geira Romana - GR 117, no lugar da Bemposta. 

Foi um inicio de etapa violentissimo, já que, para além da elevada percentagem de inclinação da rampa, a calçada irregular da mesma fez mossa logo aí.

Como se não bastasse, o trilho da Geira que se seguiria e nos levaria próximo da nascente do Rio Este, também viría a fazer estragos, já que a extensão de 1650 m de mais subida, igualmente violenta , a somar ao lageado da Geira, deixou-me ainda mais derreado; com a agravante de não estar cumprido sequer 1/6 do percurso.

Mas, aqui, já pudemos desfrutar de um quadro com algum interesse paisagistico, já que se tratava de um monte atravessado por uma via romana com as suas caracteristicas lajes a serpentear a encosta, mas, diga-se em abono da verdade, se encontra muito mal tratadinha.

Chegados ao topo do trilho, seguimos na direcção da estrada municipal que nos levaria à Braval. Como se tratava de uma zona plana, deu para recompor um pouco mais os músculos.

Aqui, na companhia do quadro tipico/rústico minhoto, composto por parcelas pequenas de terrenos cultivados, conseguiu-se estabilizar o ritmo de corrida dentro dos tempos normais do meu actual estado de forma, dentro dos 5m10/20s.

O mau cheiro ía intensificando-se cada vez mais, à medida que a Braval ficava mais próxima.

Chegados à Braval, iniciamos o contorno desse complexo pelo lado nascente, já em terreno florestal, mas sempre junto à vedação, para não nos afastarmos muito da referência que tinha em mente do Google Earth, do qual levava uma cabula em folha A4.

Só que, uma coisa é o Google Earth, outra coisa bem diferente são as condições em que os terrenos não urbanos se encontram neste momento.

Mesmo assim, apesar de alguns inevitaveis desvios da rota, quer pela falta de referências, quer pelo acidentado desta parte do percurso, umas vezes a andar, outras a fazer que corria e outras a apalpar, lá consegui orientar-me sem fugir muito de rota.

É neste confronto com a mãe natureza, que a determinada altura que me supreendo com o melhor quadro deste percurso, quando saí da zona de "floresta" que envolve a Braval e me deparei com uma vertente de um monte quase em escarpa, a qual teria que ultrapassar para passar para o lado de Pedralva.

Escusado será dizer que a descida dessa vertente teve que ser às "apalpadelas" até ao sopé do monte, por onde corria um ribeiro esplendoroso, com a vegetação que o envolvia a fazer lembrar aqueles quadros luxuriantes que por vezes visitamos em sonhos.

Este seria de facto o ponto alto desta etapa, já que nunca estaria nas minhas cogitações confrontar-me com uma paisagem tão intensa e quase impensavel nestes tempos onde a voracidade do homem nada preserva.

Por momentos esqueci-me que tinha ainda metade de uma etapa de quase 18 Km para completar. Parei o relógio, saquei o telemóvel e desatei a tirar fotos até esgotar a memoria do cartão.

O quadro era demasiado perfeito para o deixar escapar da minha retina.

Após tamanha contemplação, lá retomei novamente a corrida, no caso, quase a passo, uma vez que teriamos que subir um novo monte com uma vertente igualmente acidentada, mas por onde serpenteavam alguns trilhos, que nos iriam conduzir um lugar da freguesia de Pedralva que já constava na cópia do Google Earth que me acompanhava.

A partir daqui, foi só seguir percurso traçado, que seria praticamente todo efectuado na estrada que liga a Povoa de Lanhoso a Braga, pelo lado so Sameiro. Mesmo assim, ainda seriam cerca de 8 Km que teria que percorrer, numa estrada numa estrada ladeada da tipica paisagem rústica das veigas minhotas.

Nesses  8 Km, depois de Pedralva, seguimos por Sobreposta até à rotunda de Espinho, para se descer depois pela variante que nos levaria novamente a S. Mamede de Este, não pelo trajecto inicialmente previsto acabar junto à Igreja, mas estendendo o percurso um pouco mais ao Campo de Jogos do S. Mamede e daí novamente ao cruzamento onde se iniciou e agora acabou esta etapa.

Penso que se deve ter tratado de uma das etapas mais "violentas" deste Per Correr Braga, mas não deixou de ser igualmente estimulante, para me motivar para a 4ª.


Percurso:

Partida:    Cruzamento da Igreja em S. Mamede de Este
                  Restaurante Rola
                  Lugar da Bemposta, S. Mamede
                  Trilho da Geira Romana GR 117
                  Nascente do Rio Este
                  Braval
                  Contorno do Limites da Braval na Serra do Carvalho
                  Ribeiro em Pedralva
                  Lugar do Outeiro, Pedralva
                  Sobreposta
                  Rotunda de Espinho
                  Variante de Espinho/S. Mamede
                  Campo de Jogos de S. Mamede
Chegada: Cruzamento da Igreja em Este - S. Mamede


Distância Total do Percurso: 18.070 m

Tempo Gasto: 2H00m13s

Ritmo: 6m 40s/Km


Percurso da 3ª Etapa (Cor de Laranja) - A parte azul corresponde aos 4.335m do limite do concelho de Braga com Póvoa de Lanhoso, na zona da Braval até Pedralva. 




      LOCAIS DO PERCURSO

Igreja de São Mamede de Este




 Inicio da Geira Romana - GR 117


Geira Romana

Nascente do Rio Este




BRAVAL




Ribeiro no Sopé do Monte da Braval




 Margem Musgada

Igreja de Pedralva

Cruzeiro de Pedralva

Alminhas em Sobreposta



 Igreja de Sobreposta
 
Ramada de Vinha em S. Mamede de Este



Rio Este em S. Mamede


Contemporaneidade em S. Mamede
    




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