1ª MEIA MARATONA DE GUIMARÃES - A MINHA OITAVA

22.09.2013





Apelidada como a Corrida dos Conquistadores, foi com esse espirito que me inscrevi nesta prova, por alturas de Junho, conjuntamente com uma "troupe" considerável de Braguinhas.


Por essa altura, tendo em conta o estado de forma em que me encontrava, o facto de ser a 1ª Meia Maratona em Guimarães e, acima de tudo, por ser logo aqui ao lado; as expectativas que coloquei nesta prova foram em certa medida elevadas!!!


Com o aproximar da prova e após um período de férias, onde não me foi possível treinar convenientemente, tanto para esta prova como para a MM SportZone do Porto que se tinha realizado no Domingo anterior, as expectativas arrefeceram substancialmente, ao ponto de 3 dias antes da prova, estar com dúvidas quanto à minha participação na mesma, já que ainda me sentia pouco recuperado da MM do Porto.


Como nestas coisas das corridas sou um bocado para o teimosinho e até persistente, lá cometi o erro de participar na prova!!!


Ultrapassados todos os preliminares que antecedem este tipo de provas, desde o levantamento dos dorsais, a logística do transporte até à definição do local do ponto de encontro, lá partimos rumo à 1ª MM de Guimarães, que seria a minha oitava.


Para esta prova, a somar à troupe do costume, juntou-se também o meu cunhado Luís, como novo reforço Braguinha, que fazia aqui a sua estreia em MM.


A viagem até Guimarães foi rapidinha qb, e pelas 8H45m já nos encontrava-mos a estacionar o carro no parque de estacionamento do Espaço Guimarães, que era o local, junto do qual se iniciaria esta MM.


Tinha-mos acabado de estacionar o N/ carro e aparca também ao nosso lado o pessoal da Espiral, que desta vez apareceu com dois novos reforços femininos. 


Após a degustação do incontornável café, lá demos inicio ao aquecimento, aproveitando a sombra protectora de um dos blocos desse centro comercial, para nos proteger de um intenso sol que começava a apertar em demasia. Interessava aqui que o aquecimento não fosse um motivo de desgaste, mas de alongamento e relaxamento.


A hora da partida aproximava-se, haveria então que se tirar a foto de família, para de seguida nos dirigirmos à meta que se localizava logo ali ao lado, na EN 206, com a Igreja de Silvares no horizonte.


A Foto de Familia, com mt genta em falta

Como o número de inscritos na MM não era nada de substancial, ao contrário do pessoal que iria participar na caminhada, lá se conseguiu um lugar relativamente próximo da linha de partida.


O tiro foi dado, os desejos de boa prova  aos nossos vizinhos do lado, também, e assim, lá partimos à conquista da cidade berço, como a organização pretendia.


Como o sol apertava mesmo e a minha forma física era a que já sabemos, parti lentinho qb para não me desgastar em demasia logo no inicio da prova, aproveitando também para tentar encontrar a Valquíria para seguir com ela, razão pela qual deixei escapar o meu cunhado Luís, já que estava em melhor forma que eu.


Como não encontrei a Valquíria e tinha o Barrocas à perna, estando ele na disposição de me acompanhar, lá demos um pouco mais de corda à sapatilha e começamos a galgar alguns lugares, até estabilizarmos o ritmo de corrida próximo dos 5 min/Km. 


Este cenário manteve-se até ao 3,50 Km, altura em que eu disse ao Barrocas para seguir no ritmo dele, que eu seguramente não o conseguiria acompanhar, nem queria arriscar tal aventura.  


Por essa altura também, passam os líderes da corrida em sentido contrário, que já vinham do primeiro retorno do percurso que se efectuou na pista dos Gémeos Castro, com o N/ Mihail logo a seguir, na 5/6ª posição.


Quatro/cinco minutos depois, chega a minha altura de atingir a tal pista, onde consegui vislumbrar o Luís que seguia uns 300 m à minha frente e o Barrocas que se posicionava entre nós os dois.


O sol por esta altura atacava ainda mais forte e a falta de ensombramento na pista, ainda adensava mais esse efeito abrasador, valendo-nos no caso, o primeiro abastecimento liquido que era oferecido à entrada da pista.


Lá fizemos o retorno do percurso na dita pista e seguimos em sentido contrário pela estrada que nos tinha trazido até lá.


Como o percurso agora descia um bocado e era ladeado por um frondoso arvoredo, aproveitei para descansar um pouco mais o corpo que já ia dando os primeiros sinais de que as coisas não iriam correr lá muito bem.


Foi com esse pensamento que entrei na via envolvente ao Pavilhão Multiusos de Guimarães, lá pelo 7º Km, que seria também totalmente percorrida sob a companhia do mesmo sol abrasador.


Aqui apanhei também a dobrar já em sentido contrário, uma série de pessoal conhecido, desde a Marlene, o Manel Careca, o Carlos Castro, entre outros, que seguiam já uns bons 1.500/2.000 m à minha frente.


Saído da "canícula" do Complexo Multiusos de Guimarães, lá voltamos novamente à EN 206, mais concretamente na parte da Rua dos Cutileiros, que nos emprestou um pouco de sombra das frondosas árvores que a ladeavam, permitindo assim retemperar os músculos que estavam a querer que diminuísse um pouco mais o ritmo de corrida; isto, por altura do 9º Km. 


Ultrapassada a EN 206, entramos na Rotunda/Alameda frontal ao Guimarães Shopping, altura em que passa por mim a Valquíria que seguia num ritmo que eu não estava disposto a acompanhar, apesar da insistência dela.


Contornada a Alameda, seguimos pela extensa Avenida Conde de Margaride, que "empinava" de sobremaneira, para ajudar ainda mais à festa. 


Tenho a ideia que foi aqui que as "coisas" começaram a ficar mais feias. Ao ponto de ter reduzido o ritmo de corrida para os 05:30/40 min/Km. Estávamos já no 10,5º Km.


Ultrapassado este 1º grande tormento da prova, seguimos na direcção do Toural, tentando aproveitar ao máximo os 150 m de sombra que a Rua  Paio Galvão nos proporcionava. Pena foi, termos que nos bater com a calçada irregular que nos foi apresentada nesta fase do percurso.


No Toural, foi com apreciável satisfação que assistimos a um considerável número de entusiastas a incentivar o pessoal que já ía acusando algum desconforto pela dureza do percurso, mas especialmente, pelo sol que continuava a não querer dar tréguas. Mesmo assim, ainda deu para corresponder com uns acenos aos incentivos vindos dos espectadores, bem como, apreciar o discutível arranjo urbanístico recentemente operado nessa praça.

De seguida, percorremos os jardins da Alameda de S. Dâmaso, frontal à Igreja de S. Francisco, já agora, mesmo ao lado da qual o meu Pints tem as suas aulas de design. Nessa alameda foi-nos emprestada também uma ansiada sombra, isto, imediatamente antes de entrarmos na alameda seguinte, que acolhe a Igreja de S. Gualter, mas que desta vez acolheu também uma série de atletas desejosos de a transporem o mais rapidamente que fosse possível. 

Transposta a alameda, teríamos que nos bater agora com a extensa Av. D. João IV, onde no seu topo se faria o retorno, rumo novamente à Igreja de Gualter. 

Foi de facto mais um tormento a subida desta avenida, com a maldade de possuir uma extensão de quase 800 m. Valeu-nos aqui, o segundo abastecimento, desta vez com suplemento energético, mas que para mim de pouco serviu. 

Foi com grande alivio, que me vi no topo dessa avenida a contornar a rotunda para descer a mesma em sentido contrário.

Aqui, aproveitei para me resguardar um pouco mais, para atacar os restantes quilómetros em falta. Isto, até passar novamente pela Igreja de S. Gualter, rumo agora à zona do teleférico da Penha.

Por esta altura, passo novamente pelo meu cunhado Luís que vinha ja em sentido contrário, mas também a dar mostras de alguma fadiga. 

De facto, para quê tanto esforço??? Corremos atrás de quê afinal???

Provavelmente a cogitar nisso, ou noutro assunto parecido, lá continuei em sofrimento, rumo a uma nova alameda, onde se faria um novo retorno do percurso. Isto, sem antes passarmos pelas muralhas de Guimarães, com o Paço dos Duques de Bragança no horizonte.

A tal, nova alameda situava-se algures sob os limites de vedação do Complexo de Treinos do Vitória, pelo 15º Km e uma vez mais com pouca protecção do sol, que deixava de nos incomodar. 

A custo, lá consegui atingir o bidão de retorno,  rumo agora ao Castelo de Guimarães.

Para atingirmos este emblemático monumento, que para bem/mal dos nossos pecados estará na origem da nossa mal amada pátria, ainda teríamos mais 2,5 Km pela frente e um desnível de cerca de 40 m para vencer.

Lá atacamos esta última dificuldade do percurso, com o meu ritmo de corrida completamente fora das melhores previsões e com a agravante de não ter qualquer tipo de condições para o melhorar.

Interessava agora, tentar concluir a prova, pelo menos antes das 2H00m (que vergonha!!!).

Assim, lá continuamos o N/ martírio pelas ruas Professor Egas Moniz e Dr. Carlos Malheiro Dias, que pela na zona da Escola Martins Sarmento nos emprestou um pouco de sombra, antes de nos entregar no Largo Condessa de Mumadona com o Palácio da Justiça e novamente o Paço dos Duques de Bragança a testemunharem a minha passagem pelo local.

A partir desse largo, teríamos que vencer os tais 40m de desnível para atingirmos o Castelo, em 1.300/1.400m de extensão. Embora dura, especialmente por se acumular já nas pernas quase 17 Km, esta parte do percurso, em condições normais seria facilmente transposta, mas, hoje, foi mesmo dureza, especialmente os primeiros 350 m da Rua Constância de Noronha, com o seu declive de 6%.

Aqui, a vontade de parar, ou pelo menos de fazer essa parte do percurso a passo, ainda pairou sobre o meu espirito, mas, lá consegui vencer esse devaneio e, embora lentinho, fui subindo essa rua e a seguinte até ao Campo de S. Mamede, onde, supostamente, um filho venceu uma mãe numa batalha e se fez 1º Rei de Portugal.

Aqui chegados, e com o Castelo de Guimarães a acolher-nos com a sua autoridade, lá fizemos a aproximação ao mesmo com um arrepiozinho, agora não de cansaço, mas de alguma emoção!!!

Ultrapassado o Castelo, com o Paço dos Duques de Bragança uma vez mais ali ao lado, lá tratamos de abordar os 3 últimos Kms, agora praticamente sempre em percurso de descida e com a sensação de que mais uma MM estava prestes a ser concluída, embora sem grande brilho.

Dito e feito, como agora o percurso era a descer, rapidamente me aproximei da Rotunda da UM e a seguir dos Bombeiros, local aliás, onde encontrei o Amílcar e o Zé Carlos que já tinham concluído as suas provas.

Ultrapassados os Bombeiros e com a Alameda Dr. Alfredo Pimenta, onde se situava a meta de chegada, logo alí ao lado, pensava eu que o tormento estaria a terminar.

Para minha desilusão, a abordagem à meta de chegada, não se fazia directamente, mas contornando o quarteirão do Estádio D. Afonso Henriques, o que incrementava +/- 500 m à distancia que eu pensava que ainda faltava percorrer e mais uma penosa subida e 250 m.

Fiquei de facto desolado com este novo cenário, mas concluir a prova é que tinha que concluir, não seria esta dificuldade final que iria deitar por terra todo o esforço e expectativas alimentadas!!!

Aproveitei a boleia de um atleta bastante mais idoso que eu, que tal como os demais ía resmungando com a organização por mais esta maldade introduzida no final da prova.

A bastante custo lá contornei o interminável quarteirão, sendo que para o final ainda nos esperava mais uma maldosa “rampinha”.

Com os dentes cerrados lá fizemos apelo às últimas energias e assim, concluímos esta 1ª Meia de Guimarães em 1H58m30s.

A satisfação do dever cumprido

Após muita cogitação sobre o tempo conseguido, não deixei de perguntar ao pessoal participante que correu com GPS, qual a distância contabilizada nos seus relógios. Todos os registos confirmaram os 21,440 m registados no meu.

Tendo a organização da prova optado por um percurso duríssimo, a pretexto de nos por à conquista da que apelidam “cidade berço”, não obstante, ainda nos carregou com mais 300 m de extensão!!!

Apesar de todas estas vicissitudes, o objectivo principal não deixou de ser conseguido e, para a próxima mesmo a resmungar, lá estarei novamente!!!











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