MEIA MARATONA DO PORTO SPORTZONE 2013 - A MINHA SÉTIMA


15-09-2013


De facto, foi fantástico!!!

Infelizmente, pela parte que me toca, as expectativas para esta prova não gozavam de grande optimismo!!!

O tornozelo esquerdo não me tem vindo a dar grandes tréguas, razão pela qual, nestas últimas semanas não me ter sido possivel treinar convenientemente para esta MM, bem como, para as outras duas que se avizinham. 

Como nestas coisas das corridas, desistir não tem feito muito o meu género, lá insisti com o tornozelo e meti-o em conjunto com as pernas ao caminho.

Para esta prova estavam inscritos os mesmos do costume, a saber: Eu, o Amilcar, a Valquiria, o Zé Maria e o Zézinho pelos BRAGUINHAS, a Marlene, o Manel Careca e o Mihail pelo Airão, aos quais, no Porto, se juntou também o Fernando Antunes. 

Este foi o pessoal que pelas 8H00 da manhã se encontrou na Rodovia para rumar Porto, no sentido de participar e absorver todos os momentos e sensções que esta emblemática prova, à beira Douro plantada, vem proporcionando aos amantes das MM.

À semelhança dos dias anteriores, o dia apresentou-se demasiado solarengo e quente, para esta "empresa" que não se adivinhava muito fácil de superar dentro dos objectivos minimos pretendidos, ou seja, concluir a prova entre a 1:45:00  e a 1:50:00. 

Lá partimos rumo ao Porto, cada um com os seus objectivos em mente, na expectativa que os mesmos pudessem vir a ser superados. 

A viagem foi rapidinha qb, interessava agora arranjar parqueamento o mais próximo possivel das piscinas do Fluvial do Porto, que seria o local onde se efectuaria o transbordo para a meta de partida, algures localizada sob a Ponte do Freixo, aliás, em tudo semelhante ao que se passou no ano passado.

Lá se conseguiu o desejado estacionamento no também emblemático Bairro da Pasteleira, praticamente no mesmo sitio do ano passado, o que se veio a revelar uma boa opção, dada a proximidade com o local de transbordo dos atletas para a partida, mas também com a meta de chegada.

Já em posse dos dorsais que o Fernando Antunes se encarregou de os levantar no dia anterior, procedeu-se aos preparativos finais dos equipamentos, bem como às últimas massagens aos musculos e articulações que iam entrar de serviço, para de seguida, apanhar-mos o autocarro rumo à partida.

O primeiro contacto com o stress surgiu de imediato, quando nos confrontamos com uma fila enorme de pessoal que aguardava pelos autocarros, dando a ideia que nunca mais nos iamos despachar dalí, à semelhança do que se passou no Douro Vinhateiro.

Escusado será dizer, que à boa maneira tuga e pelos vistos, bulgara também, o Mihail (o nosso bulgaro de serviço) stressou de imediato e lá tentou dar a golpada na fila para aceder mais rapidamente aos autocarros. Lá o conseguimos demover dessa intenção e lá fomos resignados para o final da dita cuja, juntando-se também a nós outro grupo de atletas bracarense que estreava a suas novas camisolas Turbulentas.

Lá aguardamos pacientemente pelos autocarros, que acabariam por chegar todos de "enxurrada" e assim transportar o grosso do pessoal para o local de partida.

Chegamos à meta de partida pelas 10H00, onde já se encontravam praticamente todos os 6.000 atletas que iram participar na MM, mais outro tanto pessoal que iria participar na caminhada e mini-maratona. 

A meia-hora que ainda faltava para o tiro de partida foi rentabilizada com um ligeiro aquecimento e os indispensaveis cuidados com o tornozelo, no sentido de este não claudicar durante a prova.

Quando faltavam já 10 min para o tiro da "dolorosa", recolhi à minha secção da partida, que se encontrava já completamente lotada, o que me obrigou a aguardar impacimentemente pelo inicio da prova na parte mais traseira dessa secção.
Aspecto da Partida, sob a Ponte do Freixo
Depois de toda a "algazarra" feita pelo speaker de serviço, foi dado o tiro de partida, libertando-se em definitivo a adrenalina que ainda se encontrava acumulada, restando agora dar corda às sapatilhas, desejar uma boa prova a todos os atletas que me rodeavam e arrancar rumo à minha 7ª MM, neste caso, 2ª MM Sport Zone.

Quanto ao inicio da corrida já sabemos "o que é que a casa gasta", empurrão pr' aqui,  aperto pr' acolá e o tempo lá vai correndo sem conseguirmos estabilizar o N/ ritmo de corrida, neste caso, este estado de coisas perdurou até entrarmos na ponte de D. Luis. Com essa confusão de pernas e de ritmos, pelo menos, 1 a 2 min, foram perdidos nestes dois primeiros kilómetros.


Ponte D. Luis, na saída para Gaia
Entrado na ponte de D. Luis, a sensação de desiquilibrio causada pela oscilação do tabuleiro foi tal que quase ía caindo, no entanto haveria também que desfrutar o Douro, bem como as zonas ribeirinhas do Porto e Gaia através desta panorâmica única.

Saido da ponte, lá seguimos rumo à Afurada pelas várias Caves do Vinho do Porto, na esperança de encontrar uma alminha caridosa disposta a oferecer um Porto de Honra, mas tal não se verificou, apenas umas garrafas de água no abastecimento do 5º kilómetro.

Por esta altura da corrida ainda rolava a 5 min/Km, com o sentimento de que ainda tinha disponibilidade para aguentar outros tantos kilometros no mesmo ritmo, apesar do tornozelo me querer dar as primeiras indicações de algum desconforto.

Lá seguimos para a Afurada, com uns intensos raios de sol a acompanhar-nos indiscretamente, como que a quererem ajudar à festa do desconforto.

Seguiu-se então a Ponte da Arrábida que nos proporcionou uns 300/400 de fresca para regenerarmos os musculos. Por essa altura cruzou connosco, em sentido contrário, a armada queniana que liderava a corrida, consideravelmente mais frescos que eu, apesar dos kilometros a mais percorridos e da substancial diferença de ritmo.

Mais lá para a frente, cruzou  também por mim o Mihail que seguia pela 20ª posição, ao que eu, invariavelmente, lhe mandei um grito de incentivo, dizendo-lhe que era o 4º português.


Lavadouro da Afurada
Já na Afurada, e na passagem pelo Lavadouro Público, cuja construção assumi a Direcção Técnica à uns anos atrás, ia recordando o percurso do ano passado, nomeadamente a 1ª viragem aos 7 Kms, que se localizaria 300 m mais à frente; eis se não quando, dou por mim a passar esses 300 m, depois 400 m, 500 m, por aí fora ...., e a estrada a assumir uma inclinação cada vez mais dolorosa, o que me levou a cogitar com os meus botões, porque razão e com que intenção é qua a organização da prova criou esta nova dificuldade???

Quando dei por ela, teriamos percorrido mais uns 500 m em relação ao ponto de viragem do ano passado, sendo que o retorno deste ano se efectuaria numa extensa rotunda, também ela inclinada, para "ajudar ainda mais à festa".

A Rotunda do retorno na Afurada

Após a viragem, chegou a minha vez de ver o grosso do pelotão que seguia atrás mim, a correr ainda em sentido contrário. Provavelmente, nesta parte do percurso estaria posicionado no primeiro terço do pelotão.

Animado com esse facto, apesar de estar a correr a prova limitado fisicamente, lá tentei manter o ritmo de 5 min/Km o mais que pude.

Lá consegui passar o 10º Km, cujo abastecimento se localizava sob a Ponte da Arrábida, ao mesmo ritmo dos kilómetros anteriores. Aliás, devo ter aguentado os 5 min/Km até metade da prova. A partir daí comecei gradualmente a baixar o ritmo, com o tornozelo e a fadiga a quererem apoderar-se de mim.

Com este novo cenário, lá atravessei novamente a Ponte D. Luis, em sentido contrário, agora com menos oscilação e eu com menos disponibilidade mental para apreciar o Douro.


Saído da ponte, lá virei no sentido do Freixo, rumo à 2ª viragem que se localizava pelo 15º Km. Curiosamente, ou talvés não, as sensações e os "estados de alma" que vinha sentindo, eram os mesmos do ano passado por esta altura da prova, ou seja, o cansaço apoderava-se cada vez mais de mim, obrigando-me a uma luta interior, travada entre as pernas e a mente, para descortinar como íria atacar o resto da prova para a conseguir concluir dentro dos objectivos preconizados.

É nestas condições que chego à segunda viragem, cujo abastecimento do 15º Km se situava logo a seguir. Como neste abastecimento era oferecida bebida energética, a tendência natural dos atletas é de não prescindirem desta última reserva, por esse facto gera-se sempre uma grande confusão junto das mesas de distribuição da bebida. No meu caso, para não perder muito tempo, tentei fazer uma aproximação rápida e sem embaraços, só que o resultado foi exactamente o inverso, acabei por não recolher a bebida e esse esforço adicional, arrumou comigo de vez.


Nem mais, se já vinha em algum sofrimento, a partir daqui baqueei por completo, ao ponto de nos 2 Km seguintes até ao tunel da Ribeira, rolar muito próximo dos 6 min/Km e ver muita boa gente a ultrapassar-me. 

De facto, os 2 Km seguintes foram especialmente dolorosos, só queria aproximar-me do tunel e sair dele o mais rapidamente possivel, para alcançar de imediato aquele 1,5 Km em descida até à Alfandega, e assim regenerar um pouco mais as pernas e a mente!!!

Na aproximação ao Tunel e durante o restante percurso até à zona da Ribeira foi perceptivel a presença de bastante público, muito dele estrangeiro, a ajudar também nos incentivos aos atletas, que nesta fase da prova bem precisavam, infelizmente, eu é que já não tinha grande disponibilidade para lhes corresponder.

Chegado à Alfandega, fui recebido por uma banda musical que ía debitando aquelas músicas brejeiras abrasileiradas, mas, sinceramente, eu já não estava muito pr' aí virado; já só pensava como iria aguentar-me nos 3 Kms que faltavam para concluir a prova.

Lá se "continuou pr'a bingo", todo "rotinho", fisica e mentalmente, mas o objectivo estava à distancia de 3 Km, concluir a prova dentro dos objectivos minimos é que tinha que concluir.


Viaduto entre a Alfandega e Massarelos
Ultrapassada a Alfandega tinha-mos agora que atacar o viaduto de Massarelos. Não sei porquê, mas na passagem por este local, o corpo nunca reage lá muito bem, parece que é o golpe de misericodia final que me é dado, isto, apesar do quadro soberbo que é apresentado pelo arco da Ponte da Arrábida com a Foz de fundo.

Bem, mas lá transpuz o temivel viaduto e logo a seguir aparece-nos o Bicalho pela frente. Escusado será dizer que, sempre que por alí passo, as memórias da construção da Coopbicalho fervilham que nem uma panela de pressão.

O que importava agora, era o facto de já nos encontrarmos praticamente sob a Ponte da Arrábida, agora do lado do Porto, claro está, com apenas 1.500 m pela frente e com a possibilidade de concluir a prova antes da 1H50m ainda nas minhas cogitações.

Vamos lá embora!!!!

Quem em sofrimento aguentou 19,5 Km, também aguentará os últimos 1.500 m, dê por onde der.

Cerramos os dentes, como que a não querer deixar escapar as últimas energias que ainda detinhamos e atacamos este kilometro e meio final, no sentido de o despacharmos o mais rapidamente possivel.

Assim, depois de passarmos a Ponte da Arrábida, num saltinho atacamos o elefante branco do Soutinho, a seguir vislumbramos o edificio do Siza na Rua do Aleixo. Na outra margem do Douro, era possivel descobrir outra vez o Lavadouro da Afurada, isto tudo, num ritmo de corrida que me permitiu recuperar alguns dos lugares que tinha perdido até aí, desde o 15º Km.

O largo António Calém também já aparecia de imediato, restando-nos apenas a recta final.  

Na esperança de concluir a prova ainda antes da 01:50:00, recorri ao meu sprint final, mas, por momentos, a recta da meta parece que duplicou. Mesmo assim, ainda deu para finalizar esta MM em 01:49:35, com uma série de ultrapassagens em cima da meta.


A minha chegada

Lá se consumiu mais uma Meia Maratona, dentro dos objectivos minimos preconizados; mas, na realidade, a condição fisica não dava para mt mais.

Para memória futura apresentam-se as evidências desta minha sétima Meia:

http://www.runporto.com/eventos/meia-maratona-sportzone/meia-maratona-sportzone-2013/resultados/394499/




A troupe que comigo participou nesta prova:










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